Maus Hábitos e Perseverança​

Um dos meus maus hábitos, entre vários, é o de não dar continuidade às coisas que começo. Desde que me lembro, deixo vários fios soltos por aí. Aos 13 anos, queria escrever um livro, mas depois de poucas páginas escritas à mão, apressei um final meio bosta porque fiquei com preguiça. Depois disso fiz teatro, desenho, violão, tudo isso em menos de 6 meses – e nunca mais voltei. Escrevi poesias. Comecei um blog. E outro livro. De novo, de novo e de novo.

Mais velha e com mais perseverança, fiz um cursinho de Web&Design, terminei o inglês, arrumei um emprego como auxiliar de escritório, formei em Letras e depois em Análise de Sistemas, tudo isso enquanto administrava uma depressão insistente, ansiedade intensa e um déficit de atenção que só foi descoberto e nomeado aos 26 anos. Por não ser hiperativa, as outras características do transtorno se confundiram com traços da minha personalidade e negligenciar quem eu sou me custou muito.

Eu segui procurando alguma coisa em que eu fosse boa o suficiente para ganhar a vida como todo mundo normal faz, mas sentindo o crescente desconforto de não ser como todo mundo é e como todo mundo espera. A única constante em toda a minha vida, além da ansiedade, era a arte. Fazer arte é onde sempre esteve meu coração e meu hiperfoco. E é onde eu realmente gostaria que estivesse a minha vida profissional.

Este blog é mais uma das minhas muitas tentativas. Há cerca de um ano, enquanto me arriscava em uma carreira como designer gráfico, descobri os Amigurumis e fiquei tão apaixonada que resolvi me aventurar e dividir meu progresso com quem mais se interessasse por ele. Talvez eu falhe miseravelmente e não passe desse primeiro post. Talvez eu descubra que é mais fácil não sonhar e esqueça os Amigurumis. Talvez… Mas quem sabe? Pode ser, também, que você – que leu este post até aqui e não desistiu – ainda me veja em muitas outras publicações futuras, honrando a minha e a sua perseverança.